As lulas são moluscos,
da classe dos cefalópodes,
que vivem no mar e respiram por meio de brânquias. Cefalópodes é uma palavra de
origem grega, sendo que kephalé = cabeça e podos = pés. O corpo das lulas é
dividido em cabeça, massa visceral e tentáculos. Diferente de seus parentes
próximos, os mariscos (bivalves) e as lesmas (gastrópodes), as lulas não
possuem uma casca dura externa, e sim, uma casca interna, sendo que a parte
externa de seu corpo é muito macia.
A classe dos Cefalópodes é dividida em octópodes (oito tentáculos), ou
decápode (dez tentáculos). A lula é decápode, pois possui dez tentáculos. Sua
massa visceral é alongada, e seu corpo é envolto pelo manto, que é uma cavidade
muscular que se encontra atrás da cabeça das lulas. É através da cavidade desse
manto que a água circula, passando pelas guelras, tornando possível a
respiração do molusco.
Na parte posterior de sua massa visceral, a lula possui duas nadadeiras de
formato triangular. Existem aproximadamente trezentas espécies diferentes de
lula, espalhadas por todo o mundo, sejam em águas rasas, ou em águas profundas.
A água que circula pela cavidade respiratória da lula, assim como a
tinta, ou sépia, que protege as lulas é expelida por um tubo chamado de funil,
localizada abaixo da cabeça das lulas. É o jato de água gerado pela contração
do manto e expelido pelo funil que faz com que a lula seja projetada, nadando
para trás, por propulsão a jato. Entre os cefalópodes, as lulas são as mais
rápidas e ágeis nadadoras.
Apesar de sua rapidez, agilidade e de um sistema de camuflagem utilizado para defesa, as lulas são
presas vulneráveis, devido ao seu corpo macio. As lulas são capazes de mudar de
cor e até de textura graças às células de pigmentação presentes nos seus tentáculos,
chamados de cromatóforos.
As lulas são grandes caçadoras, tendo em seu cardápio pequenos peixes, camarões, caranguejos e outras lulas. Para caçar, utiliza seus tentáculos, e com eles, conduz a presa ainda viva até suas mandíbulas com formato de bico, com as quais rasga e corta a presa.
As lulas são grandes caçadoras, tendo em seu cardápio pequenos peixes, camarões, caranguejos e outras lulas. Para caçar, utiliza seus tentáculos, e com eles, conduz a presa ainda viva até suas mandíbulas com formato de bico, com as quais rasga e corta a presa.
A reprodução das lulas é sexuada, ou seja, o macho transfere o esperma
para o corpo da fêmea (pelo funil ou pela boca). Os ovos fertilizados formam
uma massa gelatinosa que a fêmea expele e esconde em buracos ou em baixo de
pedras. Os filhotes nascem entre quatro e oito semanas e são miniaturas dos
pais. Alimentam-se de plâncton até
alcançarem a vida adulta.
Dentre as 300 espécies de lulas, as subordens myopsida e oegopsida são
as principais.
As espécies da subordem myopsida têm os tentáculos diferentes. Ao invés
de ganchos, seus tentáculos têm ventosas, e seus olhos são cobertos por uma
transparente membrana. Vivem em águas rasas. As principais espécies de lulas
dessa subordem são:
- Lula
da Califórnia (Loligo opalescens) – vive principalmente na Baía de
Monterey, Califórnia.
- Lula
de recifes do Caribe (Sepioteuthis sepioidea) - vive no Mar do Caribe.
- Lula
comum (Loligo vulgaris) – vive no leste do Oceano Atlântico e no Mar
Mediterrâneo.
Já as espécies da subordem oegopsida vivem no oceano e no mar profundo.
Essas espécies possuem tentáculos com os ganchos e/ou com as ventosas. Seus
olhos não possuem córnea. As principais espécies de lulas dessa subordem são:
- Lula
luminescente de mar profundo (Taningia danae) – vive distante das
costas das Bermudas, Austrália, Nova Zelândia, Havaí, Japão e no Atlântico
Norte. Vive abaixo de 900 metros de profundidade e produz luz, chamada de bioluminescência.
- Lula
de Humboldt (Dosidicus gigas) - vive ao leste do Pacífico.
- Lula
de barbatana curta (Illex illecebrosus) - vive no Oceano Atlântico.
O tempo de vida da lula é curto - seu ciclo de vida todo é de apenas um
ano. Após o acasalamento, geralmente as lulas morrem.
Mas a espécie mais misteriosa é, sem dúvida, a lula gigante (Architeuthis).
Essa espécie é o maior invertebrado do mundo, e suas aparições causavam pânico
em tempos mais remotos, no oceano Atlântico,
onde vivem. Não à toa, pois as lulas gigantes podem atingir 500 kg,
distribuídos em 18 m de comprimento. Seus tentáculos ultrapassam os 10 metros
de comprimento, com ventosas de aproximadamente 5 cm de diâmetro. Os olhos têm
tamanho comparável a bolas de futebol.
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