A caravela é um tipo de embarcação
criada pelos portugueses, usada por eles e também pelos espanhóis durante
a Era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI.
O vocábulo
parece ter origem em cáravo ou cárabo,
aportuguesamento do grego κάραβος, um barco ligeiro usado no
mediterrâneo. Segundo alguns historiadores,
o vocábulo é de origem árabe carib ou
"qârib" (embarcação de porte médio e de velas triangulares —
velame latino). Há historiadores que defendem que a origem da palavra seria carvalho,
a madeira usada
para construir as embarcações. A sua primeira utilização documentada na língua
portuguesa data de 1255 e última referência em documentos impressos data de
1766, o que leva a pensar que o termo terá sido aplicado a várias embarcações
ao longo do tempo.
Caravela Latina no Museu de Arte Antiga. Crê-se que a mais
fidedigna representação da caravela Latina.
A caravela
foi aperfeiçoada durante os séculos XV e XVI.
Tinha inicialmente pouco mais de 20 tripulantes. Era uma embarcação rápida, de
fácil manobra, capaz de bolinar e que, em caso de necessidade, podia ser movida a remos. Com cerca de 25 m de
comprimento, 7 m de boca (largura) 3 m de calado deslocava
cerca de 50 toneladas, tinha 2 ou 3 mastros,
convés único e popa sobrelevada.
As velas latinas (triangulares)
permitiam-lhe bolinar (navegar em ziguezague contra o vento). Gil Eanes utilizou
um barco de vela redonda, mas seria numa caravela (tipo carraca)
que Bartolomeu Dias dobraria o Cabo da Boa Esperança em 1488. É de salientar que a
caravela é um desenvolvimento dos portugueses.
Se bem que
a caravela latina se tenha revelado muito eficiente quando utilizada em mares
de ventos inconstantes,
como o Mediterrâneo, devido às suas velas triangulares, com as viagens
às Índias,
com ventos mais calmos, tal não era uma vantagem, já que se mostrava mais lenta
que na variação de velas redondas.
A necessidade de maior tripulação, armamentos,
espaço para mercadorias fez com que fosse substituída por navios maiores.
Há que
considerar dois tipos de caravelas, a Caravela Latina e a Caravela Redonda. A Caravela Latina é a original, relativamente à
qual não há unanimidade na proveniência. É, no entanto, uma evolução do que já
existia, provavelmente um navio de pesca do Algarve. A Caravela Redonda é que
se poderá considerar a invenção dos Portugueses já que resultou dos
conhecimentos recolhidos e das propostas de Bartolomeu Dias depois
de regressar do Cabo da Boa Esperança, com objetivos de
melhoramento das suas qualidades marinheiras face aos ventos que encontrou.
Tratar-se-ia, portanto, de resultado de investigação e de saber adquirido,
aplicado cientificamente, podendo assim considerar-se uma invenção portuguesa. Todavia, haverá que
considerar que os Portugueses sabem muito pouco da parte imersa das Caravelas
por não se terem encontrado registros, provavelmente devido ao segredo
industrial muito severo que existia na época. Sobre a parte imersa sabe-se
mais, dado que foram produzidos tratados de Construção Naval que chegaram até
hoje (de 1616 o mais acabado e provavelmente dos primeiros no mundo e de
certeza o primeiro da Europa) que expõem métodos para dimensionar, gerar as
formas e construir cascos de algumas caravelas notáveis.
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